sábado, 19 de janeiro de 2013

Miss Solitária



Miss Solitária nos bares da vida
Um cigarro aceso, um copo de cerveja
Uma menina praticando acting-álcool?
Ela chega às pessoas pelo salão
Arranca deles olhares esguios
Convida-os a movimentos sórdidos
Miss Solitária em seu vestido preto
A infelicidade estampada no rosto
Ela sonha com lugares diferentes
Onde os homens são seus escravos
Onde seu gozo é eterno e imensurável
Miss Solitária viaja pelos trilhos do ácido
A carne aberta e viva pela angústia
Fratura exposta no silêncio de seus dias
Poderia um dia um homem desejá-la?
Ela sabe que não e assim mesmo continua
Sua busca incansável pelo outro
Ela ouve dos homens propostas diversas
Mas nenhuma parece satisfazê-la
Algo se salva em sua vulgaridade
Um sonho de menina ainda a perturbá-la
Quando o bar cerra suas portas
Miss Solitária entristece-se de verdade
Amputados seus braços e suas pernas
Volta para casa vazia de sentido
Sozinha, ausente, caída, meio morta
Seu sono será o de uma criança
Seus sonhos os dos jamais nascidos

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