homens cruzando
por noites imensas
imensas suas
cabeças que pensam
homens que
morrem de medo a cada
instante em
que topam com sombras
de outros
homens que também se topam...
seres que
usam a noite pela
insuficiência
de seu dia
que usam a
noite para pensar as coisas
homens que
se ligam por momentos
curtos e no
entanto ininterruptos
e depois
partem cada um pelo seu
caminho com
a certeza evidente de que
um novo
encontro é mera ilusão
seres que
circulam perdidos por bares
bebem e na
bebida encontram conforto
conforto por
seus dias mal vividos
nos bares
encontram homens iguais
bebem,
jogam, transpiram emoção
mas quando a
porta do bar abaixa todos
partem
novamente divididos e insaciáveis
com a carga
da solidão em suas costas
homens que
se cruzam no interior de bordeis
e o encontro
é apenas um olhar
a
cumplicidade do prazer a ser vivido
o gosto pela
mesma mulher da vida
um olhar de
cumplicidade que se percebe
um desejo um
dia a ser compartilhado
homens de
cidades grandes e movimentadas
tantos com
quem cruzar-se o tempo todo
tantos
também a serem esquecidos
homens que
perambulam homens
perambulam homens
per-ambulam
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