Eu olho os
homens como quem
Observa imagens
apodrecidas
As faces
para sempre marcadas
Pelo horror
do sempre ter sido
Eu observo
os seres em seus
Puros e
desgarrados desejos
Os sonhos
livres do ódio e do cruel
Vítimas esmerilhadas
e superficiais
Eu vejo
animais correndo pelo campo
Fuga incessante
da presença da morte
A respiração
pesada dos sempre vizinhos
Impregnando o
ar da bondade impura
Eu canto os
homens sem muito prazer
Como se
cantasse os jamais nascidos

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