A praça que
um dia frequentei
Contém ainda
em seus poros
As marcas de
meus pés
Contém ainda
em seus bancos
O suor do
meu cansaço
Contém ainda
em seu verde
O cheiro cru
de meu sexo
A praça que
um dia frequentei
Conta todas
as suas histórias
Dos comícios
e passeatas políticas
Do sangue de
corpos inocentes
Do joelho
ralado da criança
Do beijo
roubado à namorada
Do confronto
entre o canhão e a flor
A praça que
um dia frequentei
Aprisionou o
que eu tinha de criança
Acolheu as
minhas dúvidas adolescentes
Assistiu a
meus namoros ingênuos
Presenciou minha
ascensão social
Recebeu meus
filhos crescidos e
Presenciará triste
a passagem de meu féretro

Nenhum comentário:
Postar um comentário