A tempestade
cai sobre a cidade
Hordas de
guarda-chuvas coloridos
Despontando
em meio aos edifícios
A menina o
vestido desfolhado
A face
plácida acompanhando o passo
Olha os
carros voando sobre poças d’água
Os espirros
alcançando seus cabelos
O tempo ela
canta em sua garganta
Os dez mil
meios-dias de sua vida
E as
meia-noites de eterna insônia
A água que
escorria por entre os seios
Lembravam-lhe
momentos de prazer
Saliva quente
do homem um dia amado
Orgasmos que
sua mãe nunca sentiu

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