Eu sonhava
com borboletas flamejantes
Em bolas de
fogo vindas da África
Cruzando
oceanos salpicados de cores
Eu sonhava
com bebês decididos no não nascer
Com mães que
rasgavam seu ventre em busca
Os homens
com lanças laser em sua cabeça
E o
pensamento liga luz que desintegra
Eu sonhava
com arbustos-abrigos de liliputes
E gigantes
que urinavam feito tempestade
Ácido que
rega e salga solo sagrado
E ilhas que
explodem pois casa de vulcões
Ventos que
carregam casas como suas
Tartaruga
que nunca precisa decorar lugares
Eu sonhava
com cavalos de asas sem dono
Relincham e
cortam os ares em voo raso
Heróis e
intelectuais que choram de verdade
Espada em
punho marcando goela alheia
Eu sonhava
com flores perfumando lagos
E peixes
podiam vir à tona repisá-las
E sapos
cantavam o devir de uma chuva eterna
Eu sonhava e
entristecia o meu sonho
Pois a
mágica não se fazia senão no fora
E o mundo
caminhava como sempre – obtuso
Eu sonhava e
em meu sonho eu
era feliz
Nenhum comentário:
Postar um comentário