domingo, 13 de outubro de 2013

Monstros Kripkeanos

Baixo luar em um sonho ateu
Brilho então quase escuro e perverso
Coube uma língua doce e úmida
O canto sonoro do que foi em vão
E as moças que pousam desnudas
Marcam o compasso da destruição
Do tempo contado e repetido por bocas
Salivas que cospem e enternecem o moço
Monstros, Kripke, sonho no meio das pernas
Agora voo raso rumo a montes de cristal
Reflexo reto de olho em baixo de outro
Pasmo, para, mata e vomita
Claros risos que se metem na estrada
Voluptuosas borboletas mascaradas
Néctar, nácar, soluções de bruxas antigas
Atingem coração frio e sinistro quando
A pulsar nos jatos andorinhas assassinas
Monstros, Kripke, caos, Castro Alves
Um dia, um sonho que se encerra
Outro dia, vida pura e ela mesma
De um si a outro si – o mundo
Vontade encoberta, cheia e marginal
Vestir capas fabricadas por artista
Ouvir um disco pop mimetizado
Soar o nariz e deixar o sangue escorrer
Lamber como vampiro e saciar a sede
O campo abre-se à mente do tradutor
Cavalos empinam em montes de plantas
Na cidade que parou no tempo
Um personagem com lispectoriose
A melancolia, a tristeza, a angústia
Invadem mundo e lispectorizam o total
Param, pensam, logam em cima de olhos
Olhos que não veem mas sentem o pulsar
Ah, como é bom o mijo quente sobre as pernas
Como é bom esperma na palma da mão
E o cabelo do loiro esvoaça aos ventos
E o carro para em velocidade máxima
E o sonho apaga-se e o sono termina
E o canto triste da sereia inocente
Não seduz ainda os ouvidos de Ulisses
E o pneumotórax não é o que paralisa
O pneumotórax marca o que se não foi
Ir e não ter ido, ficar a meio caminho
Abaixar as calças e mostrar a flacidez do órgão
Vomitar ainda canções de protesto

Voar e despedaçar-se... fim!

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