segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Pindorama

Falésias ocas e bem situadas
Às vezes um mapa de cabeça
Para baixo e distanciando-se
Continentes que se rompem
Montanhas que atingem o céu e
Criam vales por onde passam rios
Terra do mel, de céu azul e quente
Terra da fortuna e de vida fácil
Um novo pindorama de homens explorados
Terra brasilies, “celeiro do mundo”
Gruda os olhos em símbolos
De fertilidade e descontentamento
Onde o sul junto ao norte?
Onde estados unidos do Brasil?
Migrantes cansados e interrogativos
Lágrimas que não se lançam mais
Pobreza, miséria refletida no pó
Fronte feita fato fútil
O Zé Pelé corre mato solto
E chega a zonas de edifícios cinzentos
Onde a coragem de voltar ao chão?
Onde o clima de açambarcamento?
Um coração, um dia de cidadão
Mesma coisa, cidade e sertão
Mesmo plátano como palco onde
Desenrola-se o crime da incompreensão
Pindorama, que se ama em vão
Terra de política que é mentira
Terra de homens fracos seduzíveis
Terra ainda assim amada e sôfrega
Um júbilo que não é só da criança
Para que outra terra imigrar?

Aqui nascer, crescer a aqui morrer

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