Voo cego
sobre a cidade da neblina
Que perseguir
senão o que lhe corrompe?
E o que lhe
corrompe é a lembrança da noite
E toda
possibilidade dela é sinal de que
O crime não
compensa a punição e o remorso
De que
desejo nasce o desejo do outro
Mudar de
identidade e não reconhecer a verdade
E a verdade
é a verdade de um desejo
E o crime é
o sinal de seu próprio crime
O morcego é
o disfarce para o sangue desejado
Esquecido e
transformado no que agora é
Homem-morcego
compete o crime que marca
A percepção
de seu próprio crime
De um crime
a outro crime uma parte
Onde ele
pode destruir no outro o nome
Que um dia
ele mesmo quis conter

Nenhum comentário:
Postar um comentário