É preciso
latir para fazer-se ouvir
E morder
para que sintam nosso drama
Se não nos
escutam, firamos seus ouvidos
Com palavras
ásperas nascidas em fogo
É preciso
saber destruir o que nos convém
Para aceder
ao que por todos é assediado
Morrer e
reviver em cantos escuros
Para poder
dizer-se bem vivido
O que nos
incutem deve ser questionado
Pois nada
parece dizer-nos respeito
O que
queremos, quem pode afirmar
Além de nós
mesmos, os desejantes?
Não permitir
que outro deseje por nós
Permitir-nos
falar e gozar o buscado
Se preciso,
poder morrer por ele


